estou cansada de existir (m.1) às vezes eu quero me matar, porque tenho outra visão sobre suicídio, eu não quero morrer, não quero deixar de viver, quero ver a vida e o verde, descobrir coisas novas, beijar na boca, sentir o calor do corpo de quem eu amo, quero experimentar tudo que a vida pode me dar, mas... viver cansa, existir cansa, as vezes só quero um descanso verdadeiro e longo, como a morte, mas que depois de descansar bem eu retorne a vida. não quero conhecer os céus e infernos, só quero descansar e matar um cansaço que nem uma ou dez noites bem dormidas tira.
mas também estou cansada de existir (m.2) de não fazer nada, de viver parada, 18 anos sem sentir o amor vivo dentro de mim é doentio, o mundo esta passando rápido demais, já é agosto e eu continuo aqui, parada e paralisada, os sofrimentos que tenho são os que minha cabeça inventa, o amor que tenho são os que minha cabeça inventa, as brigas, reconciliações, alegrias, discussões... a realidade é o que minha mente inventa, o medo me consome como um urubu come um gato morto sem se importar com quem amava aquele gato e como aquele gato amava a vida que tinha. a única coisa que cresce genuinamente em mim é o ódio, mas esse me traz culpa, não quero odiar nada nem ninguém, mas quanto mais eu o rejeito, mas ele vem, quanto mais ele vem mais eu me afasto, quanto mais eu me afasto mais eu odeio e quanto mais eu odeio mais eu percebo que é cansativo viver e existir. eu quero uma férias da minha vida, quero o descanso da morte.